terça-feira, 9 de junho de 2020

HISTÓRIA DE HOJE: A PEQUENA SEREIA (PARA LER E OUVIR)

A Pequena Sereia


Adaptado do conto original de Hans Christian
Andersen


Muito longe da terra, onde o mar é muito azul, vivia o povo do mar. O rei desse povo tinha seis filhas, todas muito bonitas, e donas das vozes mais belas de todo o mar, porém a mais moça se destacava, com sua pele fina e delicada como uma pétala de rosa e os olhos azuis como o mar. Como as irmãs, não tinha pés mas sim uma cauda de peixe. Ela era uma sereia.

Essa princesa era a mais interessada nas histórias sobre o mundo de cima, e desejava poder ir à superfície; queria saber tudo sobre os navios, as cidades, as pessoas e os animais.

— Quando você tiver 15 anos — dizia a avó — subirá à superfície e poderá se sentar nos rochedos para ver o luar, os navios, as cidades e as florestas.

Os anos se passaram... Quando a princesa completou 15 anos mal pôde acreditar. Subiu até a superfície e viu o céu, o sol, as nuvens... viu também um navio e ficou muito curiosa. Foi nadando até se aproximar da grande embarcação. Viu, através dos vidros das vigias, passageiros ricamente trajados. O mais belo de todos era
um príncipe que estava fazendo aniversário, ele não deveria ter mais de 16 anos, e a pequena sereia se apaixonou por ele. 

A sereiazinha ficou horas admirando seu príncipe, e só despertou de seu devaneio quando o navio foi pego de surpresa por uma tempestade e começou a tombar. A menina viu o príncipe cair no
mar e afundar, e se lembrou de que os homens não conseguem viver dentro da água. Mergulhou na sua direção e o pegou já desmaiado, levando-o para uma praia.

Ao amanhecer, o príncipe continuava desacordado. A sereia, vendo que um grupo de moças se aproximava, escondeu-se atrás das pedras, ocultando o rosto entre os flocos de espuma. As moças viram o náufrago deitado na areia e foram buscar ajuda. Quando finalmente acordou, o príncipe não sabia como havia chegado àquela praia, e tampouco fazia ideia de quem o havia salvado do naufrágio.

A princesa voltou para o castelo muito triste e calada, e não
respondia às perguntas de suas irmãs sobre sua primeira visita à
superfície.

A sereia voltou várias vezes à praia onde tinha deixado o príncipe, mas ele nunca aparecia por lá, o que a deixava ainda mais triste. Suas irmãs estavam muito preocupadas, e fizeram tantas perguntas que ela acabou contando o que havia acontecido.

Uma das amigas de uma das princesas conhecia o príncipe e sabia
onde ele morava. A pequena sereia se encheu de alegria, e ia nadar
todos os dias na praia em que ficava seu palácio. Observava seu amado de longe e cada vez mais gostava dos seres humanos, desejando ardentemente viver entre eles. A princesa, muito curiosa para conhecer melhor os humanos, perguntou a sua avó se eles também morriam.

— Sim, morrem como nós, e vivem menos. Nós podemos viver trezentos anos, e quando “desaparecemos” somos transformadas em espuma. Nossa alma não é imortal. Já os humanos têm uma alma que vive eternamente.

— Eu daria tudo para ter a alma imortal como os humanos! — suspirou a sereia.

— Se um homem vier a te amar profundamente, se ele concentrar em ti todos os seus pensamentos e todo o seu amor, e se deixar que um sacerdote ponha a sua mão direita na tua, prometendo-te ser fiel nesta vida e na eternidade, então a sua alma se transferirá para o teu corpo. Ele te dará uma alma, sem perder a dele... Mas isso jamais acontecerá! Tua cauda de peixe, que para nós é um símbolo de beleza, é considerada uma deformidade na terra.

A sereiazinha suspirou, olhando tristemente para a sua cauda de peixe e desejando ter um par de pernas em seu lugar. Mas a menina não esquecia a idéia de ter uma alma imortal e resolveu procurar a bruxa do mar, famosa por tornar sonhos de jovens sereias em realidade... desde que elas pagassem um preço por isso.

O lugar onde a bruxa do mar morava era horrível, e a princesa precisou de muita coragem para chegar lá. A bruxa já a esperava, e foi logo dizendo:

— Já sei o que você quer. É uma loucura querer ter pernas, isso trará muita infelicidade a você! Mesmo assim vou preparar uma poção, mas essa transformação será dolorosa. Cada passo que você der será como se estivesse pisando em facas afiadas, e a dor a fará pensar que seus pés foram dilacerados. Você está disposta a suportar tamanho sofrimento?

— Sim, estou pronta! — disse a sereia, pensando no príncipe e na sua alma imortal.

— Pense bem, menina. Depois de tomar a poção você nunca mais poderá voltar à forma de sereia... E se o seu príncipe se casar com outra você não terá uma alma imortal e morrerá no dia seguinte ao casamento dele.

A sereiazinha assentiu com a cabeça e, sem dizer uma palavra, ficou observando a bruxa fazer a poção.

— Pronto, aqui está ela... Mas antes de entregá-la a você, aviso que meu preço por este trabalho é alto: quero a sua linda voz como pagamento. Você nunca mais poderá falar ou cantar...

A princesa quase desistiu, mas pensou no seu príncipe e pegou a poção que a bruxa lhe estendia. Não quis voltar para o palácio, pois não poderia falar com suas irmãs, sua avó e seu pai. Olhou de longe o palácio onde nasceu e cresceu, soltou um beijo na sua direção e nadou para a praia. Assim que bebeu a poção, sentiu como se uma espada lhe atravessasse o corpo e desmaiou. Acordou com o príncipe observando-a. Ele a tomou docemente pela mão e a conduziu ao seu palácio. Como a bruxa havia dito, a cada passo que a menina dava sentia como se estivesse pisando sobre lâminas afiadíssimas, mas suportava tudo com alegria pois finalmente estava ao lado de seu amado príncipe.

A beleza da moça encantou o príncipe, e ela passou a acompanhá-lo em todos os lugares. À noite, dançava para ele, e seus olhos se enchiam de lágrimas, tamanha dor sentia nos pés. Quem a visse dançando ficava hipnotizado com sua graça e leveza, e acreditava que suas lágrimas eram de emoção.

O príncipe, no entanto, não pensava em se casar com ela, pois ainda tinha esperança de encontrar a linda moça que ele vira na praia, após o naufrágio, e por quem se apaixonara. Ele não se lembrava muito bem da moça, e nem imaginava que aquela menina muda era essa pessoa...

Todas as noites a princesinha ia refrescar os pés na água do mar. Nessas horas, suas irmãs se aproximavam da praia para matar a saudade da caçulinha. Sua avó e seu pai, o rei dos mares, também
apareciam para vê-la, mesmo que de longe. A família do príncipe queria que ele se casasse com a filha do rei vizinho, e organizou uma viagem para apresentá-los. O príncipe, a sereiazinha e um numeroso séquito seguiram em viagem para o reino vizinho.

Quando o príncipe viu a princesa, não se conteve e gritou:

— Foi você que me salvou! Foi você que eu vi na praia! Finalmente encontrei você, minha amada!

A princesa era realmente uma das moças que estava naquela praia, mas não havia salvado o rapaz. Para tristeza da sereia, a princesa também se apaixonara pelo príncipe e os dois marcaram o casamento para o dia seguinte. Seria o fim da sereiazinha. Todo o
seu sacrifício havia sido em vão.

Depois do casamento, os noivos e a comitiva voltaram para o palácio do príncipe de navio, e a sereia ficou observando o amanhecer, esperando o primeiro raio de sol que deveria matá-la. Viu então suas irmãs, pálidas e sem a longa cabeleira, nadando ao lado do navio. Em suas mãos brilhava um objeto.

— Nós entregamos nossos cabelos para a bruxa do mar em troca  assim poderá voltar a ser uma sereia novamente e escapará da morte. Corra, você deve matá-lo antes do nascer do sol.

A sereia pegou a faca e foi até o quarto do príncipe, mas ao vê-lo não teve coragem de matá-lo. Caminhou lentamente até a murada do navio, mergulhou no mar azul e, ao confundir-se com as ondas, sentiu que seu corpo ia se diluindo em espuma.



MATERIAL COMPLEMENTAR DE MATEMÁTICA: MEDIDA DE TEMPERATURA

MEDIDA DE TEMPERATURA 

Os átomos ou moléculas que constituem um corpo, seja ele sólido, líquido ou gasoso, encontram-se em constante movimento (Agitação Molecular). Por essa razão, os líquidos e os gases não apresentam uma estrutura molecular organizada, ao contrário do que ocorre com os sólidos.

Quanto mais agitadas estiverem as moléculas em um corpo, maior será sua temperatura; em contrapartida, quanto menor for a agitação dessas moléculas, menor será sua temperatura.

Define-se: Temperatura é o estado de agitação das moléculas que compõem o corpo analisado.
O aparelho utilizado para aferir (medir) a temperatura do corpo é o termômetro. Existem diversos tipos de termômetros, sendo que o mais comum é o termômetro clínico, composto, na maioria das vezes, por mercúrio ou álcool.


O álcool ou mercúrio fica dentro de um recipiente chamado bulbo que, quando em contato com o corpo, atinge o equilíbrio térmico, se expande e torna possível a verificação da temperatura.
Existem vários tipos de termômetros, veja alguns exemplos:


Termômetro Digital e Culinário


Termômetro Clínico e Hospitalar (aplicado em autoclaves)


Termômetro Automotivo e Industrial

No Brasil, todas as medições são feitas através da Escala Termométrica Celsius (ºC), onde o termômetro é dividido em 100 partes iguais, ou seja, sua variação de temperatura vai de 0 ºC a 100 ºC.
Por Talita A. Anjos
Graduada em Física
Equipe Brasil Escola

SUGESTÕES DE ATIVIDADES











MATERIAL COMPLEMENTAR DE LÍNGUA PORTUGUESA: MITOLOGIA TUPI-GUARANI

Mitologia Tupi-guarani


Todos os povos e civilizações possuem suas lendas e seus mitos, e não poderia ser diferente com os habitantes do Brasil antes da colonização. Havia entre as diversas tribos, muitos mitos, lendas e crendices, fato que é interessante de se estudar, pois explica muito do que permanece na cultura e folclore do Brasil.

O povo Tupi-Guarani acreditava em um deus supremo, que chamavam de deus do trovão e o denominavam “TUPÔ. Os índios acreditavam que a voz deste ente supremo podia ser ouvida durante as tempestades. O trovão eles chamavam de “Tupa-cinunga” e seu reflexo luminoso de “Tupãberaba” (relâmpago). Eles acreditavam que este era o deus da criação, o deus da luz, e sua morada seria o sol.

Acreditavam também em um deus do sol (Guaraci) e em uma deusa da lua (Jaci). O deus do sol seria o criador de todos os seres vivos (devido ao sol ser importante nos processos biológicos na natureza) e Jaci seria a rainha da noite e dos homens. Segundo a lenda, ela teria sido esposa de Tupã.

Além destes, havia a crença em outos deuses, tais como:

Anhum, o deus da música, que tocava o sacro Taré.
Rudá, o deus do amor, e Tambatajá, um deus de amor protetor de todos os perigos;
Caupé, a deusa da beleza;
Caramuru, o deus dragão, era ele quem ordenava as grandes ondas e revoltas dos oceanos.
Polo, o deus dos ventos, que seria o mensageiro de Tupã;
Sumá, a deusa da agricultura;
Jurará-Açu, a única deusa que podia entrar e sair livremente dos infernos, pois havia libertado o deus infernal. Ela teria sido castigada por Tupã, e transformada em uma tartaruga.

Além destes, havia diversos outros que até hoje são conhecidas figuras dos folclores e das lendas brasileiras, como Caapora (deus guardião dos animais), Tiriricas (deusas do ódio), Pirarucu (deus do mal, que mora no fundo das águas), Yara (deusa dos lagos), Curupira (protetor das matas) e Araci (deusa da aurora e das madrugadas).

A maioria destas crenças eram baseadas na observação da natureza e do céu. Os índios tinham astronomia própria e definiam o tempo da colheita, a duração das marés, o tempo das chuvas e através da observação do céu criavam histórias, mitos, lendas com ensinamentos morais, etc. Esta atividade de astronomia também serviu para que os índios determinassem muitas regras a respeito de suas atividades de caça, pesca e agricultura. Observaram também fenômenos como as fases da lua e as estações do ano.

Existiam, consequentemente, diversas lendas ou mitos, relacionando estes deuses e a criação do mundo e o comportamento da natureza. Os índios procuravam explicar o que observavam através destas lendas. Vejamos três delas:

Mito da Criação - Tupã, com a ajuda da deusa Araci, haveria descido à terra em um monte da região do Aregúa (Paraguai) e deste local, haveria criado tudo que existe (mares, florestas, animais, etc) e colocado as estrelas no céu.

Mito dos Primeiros Humanos - Os primeiros humanos criados por Tupã teriam sido Rupave (O pai dos povos) e Sypave (a mãe dos povos) e estes teriam dado origem a um grande número de filhas e a três filhos, chamados Tumé Arandú (o sábio), Marangatu (o líder generoso) e Japeusá (mentiroso), este último era ladrão e trapaceiro e teria se suicidado, porém foi ressuscitado como um caranguejo, e deste então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

Mito da criação da Noite - Segundo esta lenda, nas aldeias de todo o mundo, era sempre dia, e os índios nunca paravam de caçar, e as mulheres de limpar e cozinhar. O sol ia do leste ao oeste e depois fazia o caminho contrário, do oeste ao leste, sempre sem nunca desaparecer. Um dia, porém, quando Tupã havia saído para caçar, um homem tocou no frágil Sol para saber como funciona, e o Sol se quebrou em mil pedaços. A partir de então, as trevas reinaram nas aldeias. Tupã, então, inconformado, recriou o Sol, mas este não voltava mais do oeste para o Leste, então Tupã criou a Lua e as estrelas para iluminar a noite.

Sugestão de Atividade

Como Surgiu a Noite


Para algumas tribos, no começo dos tempos a Lua vivia na Terra. Era uma moça branquinha, tão branca, que brilhava. Chama-se Capei: vivia nas matas e, à noite, acendia as luzes dos vaga-lumes. Conhecia todas as coisas e punha ordem em tudo o que existia, desde marés até nascimento de crianças. Todos iam consultá-la antes de fazerem qualquer coisa, porque ela sabia de tudo.

Certo dia ela foi ofendida por um feiticeiro, então decidiu buscar outros caminhos. Resolveu ir para o céu e, para isso, construiu uma grande escada de cipós. Mas tinha de haver alguém para segurar a ponta lá de cima, e a coruja fez esse favor.

Capei subiu até chegar ao céu e lá ficou, instruindo suas filhas estrelas sobre como brilhar para ensinar os caminhos aos homens. Capei continua brilhando no céu e mantendo a ordem das coisas na Terra.

Sua Grande ajudante é a coruja, que enxerga à noite e tornou-se o símbolo da sabedoria, a ponto de conseguir aconselhar os homens.

Piai, Arlete. Viajando Pelo folclore de norte a sul –
São Paulo: Cortez, 2004.


Entendendo a lenda:

01 – Qual é o título do texto?

02 – Segundo a lenda, onde vivia a Lua no começo dos tempos?

03 – No trecho: “Todos iam consultá-la antes de fazerem qualquer coisa, porque ela sabia de tudo.”
A palavra ela se refere a que palavra do texto?

04 – Por que Capei resolveu ir para o céu?

05 – De que forma Capei conseguiu subir até o céu?

06 – Quem ajudou Capei na sua ida para o céu?

07 – O que Capei ensinava a suas filhas estrelas?

08 – Segundo a lenda, a coruja é símbolo de quê?

09 – Assinale a sequência que apresente a ordem alfabética.

( ) feiticeiro, moça, sabedoria, vaga-lumes.
( ) branca, crianças, céu, feiticeiro.

Rotina quinzenal 08 a 19 de março - EMEF - 5º ano

  Rotina quinzenal 08 a 19 de março - EMEF - 5º ano Link aula de Educação - Física: https://ensinofundamentalhortolandia.blogspot.com/search...