domingo, 19 de abril de 2020

LEITURA E ESCUTA - LÍNGUA PORTUGUESA - 4º e 5º ANOS - DIA DO ÍNDIO

PLANO DE AULA PARA "DIA DO ÍNDIO"
CRIANÇA INDÍGENA TUPI-GUARANI-GETTY
O dia 19 de abril é uma data que traz reflexões sobre os povos originários do nosso país. Não deve ser o único momento para a escola conversar sobre os indígenas, mas muitos professores aproveitam o momento para planejar atividades e discussões específicas a esse respeito.
Em vez de fazer a turma pintar cocares de papel, que tal inserir a temática indígena nos conteúdos programáticos da sua disciplina? Todos os planos aqui sugeridos estão alinhados a alguma habilidade da Base Nacional Comum Curricular.

Língua Portuguesa - 4º e 5º Anos


AULA 1

Materiais necessários: Computador, projetor, multimídia e tela; Cópias dos textos: Iara, Vitória-Régia e Curupira; Envelopes com enigmas dos personagens das lendas trabalhadas.
Textos extraídos dos livros PEREIRA,M. PRADO,Z. COUTO,M. Nosso FOLCLORE. São Paulo, SP: Ed. Ave-Maria, 2000. e DUMONT. Sávia. Os meninos que viraram estrelas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002.
ENIGMAS E HISTÓRIAS
Orientações: Apresente a proposta da aula para a turma sem dizer que trará como tema as lendas indígenas. A ideia é provocar a curiosidade nos alunos.
QUEM SOU EU?
Orientações:
  • Inicie a aula no coletivo. Em um envelope haverá 3 enigmas para a turma descobrir “quem é o personagem" (respostas: enigma 1-Iara; enigma 2- Vitória-Régia; enigma 3- Curupira) . Não diga antecipadamente que se trata de personagens da cultura indígena, deixe que eles façam, se puderem, essa relação.
  • Convide três alunos para tirar do envelope um enigma e ler para a turma. Todos tentarão descobrir quem é o personagem. É possível que eles não cheguem a nenhuma conclusão ou consenso, principalmente com o enigma da Vitória- Régia. Esclareça que, a seguir, eles terão mais informações para chegar a solução desse enigma.
  • Caso tenham chegado às respostas certas dos enigmas (ao menos 2), investigue:
  • Em que tipo de texto esses personagens costumam a aparecer? (caso eles digam “lendas indígenas”, continue levantando o conhecimento prévio dos alunos, com a pergunta seguinte)
  • O que mais vocês sabem sobre esse tipo de texto? (é possível que os alunos digam que essas são histórias escritas por indígenas, talvez não tenham a dimensão de que, se tratando de uma cultura oral, as lendas indígenas foram originalmente escrita por não indígenas e que somente depois, com o maior contato com a cultura escrita, é que os indígenas puderam escrever suas próprias histórias. Caso cheguem a essa discussão, ressalte apenas que essa são narrativas tradicionalmente orais, contadas de geração para geração. Deixe o aprofundamento dessa reflexão para o desenvolvimento da aula).
4. Cuide para manter a discussão dentro do tempo sugerido. Essa é apenas a introdução da aula e os assuntos serão aprofundados a seguir.
Materiais complementares:

DESENVOLVIMENTO:
Orientações:
  • Apresente as imagens aos alunos (caso não possa projetar o slide, imprima as imagens que estão nos materiais complementares).
  • Faça os seguintes questionamentos e depois dê mais informações sobre as imagens.
  • O que vocês vêem em cada imagem?
  • O que as pessoas estão fazendo?
  • Como estão vestidas?
Imagem 1: É possível que diante dessa imagem os alunos digam que os indígenas estão com roupas típicas ou que estão na floresta. Explique que, em geral, essa indumentária é usada apenas em dias importantes e que o local, apesar de ser aberto e próximo da natureza, pode também não ser uma floresta. Muito indígenas atualmente vivem “reservas indígenas”, outros vivem também nos campos ou nas cidades.
Imagem 2: É possível que as imagens 2 e 3 causem estranhamento. A imagem 2 mostra um indígena vestido “comumente”, ele participa de algum evento público. Deixe que comentem livremente, mas depois conte que na imagem 2 vemos o autor indígena Daniel Munduruku, formado em Filosofia, com mestrado em Antropologia pela USP. Autor de mais de 50 livros. Atualmente ele mora em São Paulo e tem percorrido todo Brasil para divulgar seus livros e contar suas histórias.
Imagem 3: Nesta imagem um indígena está usando o computador, parece estar em uma conferência. Explique que a aproximação com os meios digitais ocorre porque os indígenas não pararam no tempo, sua cultura vem se transformando, assim como todas as outras.
Materiais complementares:


Sugerimos também o acesso a outras reportagens relacionadas ao assunto, é interessante que faça a leitura das imagens e suas respectivas legendas. Seguem os links:
Imagem 1: Disponível em: http://conpoema.org/?p=10042 . Acesso em 05 de agosto de 2018.
Imagem 3: Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/revistas/58/cinema-de-indio. Acesso em 05 de agosto de 2018.
Orientações:
  • Divida a turma em 3 grupos heterogêneos, cuide para que em cada um deles tenha um leitor fluente. Imprima e distribua para cada grupo uma das três lendas que constam nos materiais complementares (Iara, Vitória- Régia e Curupira).
  • Peça para que reflitam se as lendas foram ou não escritas por indígenas.
  • Socialize as respostas e ao final revele que essas histórias não foram escritas por autores indígenas, apesar de narrarem 3 histórias muito conhecidas de sua cultura. As lendas também respondem aos enigmas da introdução da aula, retome, caso não tenham desvendado o mistério no início da aula.
É possível que os alunos argumentem dos mais variados modos ao decidirem se as lendas foram ou não escritas por autores indígenas, alguns podem achar que se as lendas foram escritas por indígenas, desconsiderando sua tradição oral, enquanto outros podem ser taxativos ao dizer que “indígenas não escrevem livros”. Oriente a turma que assim como os indígenas, todas as culturas têm suas histórias que circularam, em um primeiro momento, oralmente, como o caso de diversos contos e fábulas que hoje encontramos nos livros infantis (Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, etc.). Mas os textos não se limitam a escrita: construímos textos orais todo o tempo, inclusive literários. Inicialmente, foram outros povos os escritores das narrativas indígenas, entretanto, hoje muitos indígenas já escrevem e publicam suas histórias. Conduza a conversa para que ao final tenham clareza de que tanto autores indígenas, como não indígenas, tem suas peculiaridades ao escrever, suas marcas e seu estilo pessoal. Assim, da mesma forma que encontramos muita variedade na escrita de autores não indígenas, é possível que encontremos muita variedade de estilos de autores indígenas. Assim sempre será difícil a decisão: foi um indígena que escreveu ou não? Para reafirmar essa ideia, outra pergunta pode ser feita aos alunos: autores indígenas só escrevem lendas indígenas? A resposta é que eles podem escrever e publicar nos mais variados gêneros literários, entretanto tem sido mais comum que publiquem sobre suas histórias mitológicas ou que recontem os mitos de outras nações indígenas. Esclareça que existem diferentes nações indígenas, cada qual com traços culturais distintos.
Materiais complementares:


Saiba um pouco mais sobre agrupamentos em sala de aula clicando aqui
Orientações:
  • Explique aos alunos que os textos “A Vitória-Régia” e “O Curupira” pertencem ao livro “Os meninos que viraram estrelas” da autora Sávia Dumont. Mostre a capa do livro, diga que nele a autora escreveu várias lendas da cultura brasileira e que a editora é a Companhia das Letrinhas. Leia em voz alta a biografia da autora e comente que ela é uma pessoa interessada pela cultura brasileira, porém não é uma autora indígena. Ela gosta de ensinar bordado aos amantes dessa arte.
Materiais complementares:
Para saber mais sobre a autora e ilustradora Sávia Dumont: “Os bordados da ilustradora Sávia Dumont”, ECT e TVBrasil, 2016. Disponível em:http://tvbrasil.ebc.com.br/abzdoziraldo/bastidores/os-bordados-da-ilustradora-savia-dumont. Acesso em: 30/08/2018.
FECHAMENTO:
Orientações:
  • Projete o slide para a turma com os questionamentos e providencie uma cartolina (papel kraft ou papel metro) para registrar algumas respostas.
  • Faça os questionamentos no coletivo, convide os alunos para falarem e para registrarem na cartolina as conclusões da turma. Neste momento é muito importante considerar as descobertas e a participação oral de todos os alunos, não centralizando apenas em alguns deles.
  • Durante a discussão e levantamento dos conhecimentos dos alunos é possível que citem: “São histórias que acontecem na floresta/mata/tribos/aldeias”; “São histórias em que os indígenas, a natureza e animais aparecem”; “ São histórias mitológicas”; “contam de seres excepcionais, seres mágicos”; “Essas histórias foram contadas, inicialmente pelos indígenas e para os indígenas”; “Hoje em dia, elas são encontradas nos livros e na internet, estão disponíveis para todo mundo que tenha interesse em conhecer mais sobre essa cultura”; “Quem produz são autores indígenas e não indígenas, cada qual com suas características particulares ”; “Lemos para nos divertir e conhecer a vida dos indígenas”.
  • Mantenha esse registro coletivo afixado na sala de aula para que os alunos possam retomar suas descobertas.
  • Se ainda houver tempo, finalize a aula com o vídeo “Quando a pena do índio escreve”, uma entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku (para ser reproduzido até 4:06 minutos). Caso não seja possível assistir ao vídeo, haverá, ao longo da sequência, nova oportunidade para entrarmos em contato com esse autor.
Materiais complementares:
Vídeo “Quando a pena do índio escreve” , entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku (para ser reproduzido até 4:06 minutos). 

AULA 2 
TEMA DA AULA 
Orientações: Apresente a proposta da aula para os alunos.
Orientações:
  • Mostre a capa do livro (no próprio suporte ou em slides), localize o nome do autor, o título e pergunte se ouviram falar sobre ele e sobre o livro, o que conhecem a respeito. Se não conhecerem, peça aos alunos que levantem hipóteses a partir do título e ilustração da capa: “Sobre o que fala este livro?”
  • Questione os alunos sobre a ilustração, o que eles veem, peça para que percebam os detalhes no índio como: os olhos puxados, cabelos lisos, maçãs do rosto proeminentes, pele morena/avermelhada, dorso com colares ou pinturas… Mostre aos alunos que as ilustrações foram feitas pelo autor e por crianças indígenas do povo Nambikwara, assim como está escrito na capa.
  • Leia para os alunos a introdução “As histórias do meu povo” nas páginas 7 e 8 do livro, também disponível nos materiais complementares.
  • Após a leitura da introdução faça uma breve reflexão sobre o autor e seu povo, procure desconstruir visões estereotipadas e pejorativas desses povos. Destaque que o autor diz que nem todas as histórias sobre os povos indígenas ensinam as coisas como elas são, muitos pensam que todos os índios são iguais, falam a mesma língua e moram em ocas. Renê Kithãulu ensina que existem várias línguas indígenas e que cada povo tem as suas peculiaridades. Ressalte também as dificuldades que os índios enfrentam com relação a invasão de suas terras e que sobrevivem da plantação e artesanato. Aproveite para relembrar brevemente algumas características do gênero lendas indígenas: histórias mitológicas da criação do universo e explicação dos fenômenos da natureza, narrativas vivenciadas por índios, que podem ter personagens com poderes excepcionais e animais que falam, tratam da cultura indígena, seu modo de viver e de ver o mundo.
  • Comente com os alunos que este livro tem várias histórias do povo Nambikwara (todas interligadas), narradas pelo autor indígena Renê Kithãulu, e que nesta aula irão desenvolver atividades sobre uma delas.
  • Este é um momento para trabalharmos as expectativas em relação ao texto que será lido, apoiando-se nos conhecimentos prévios dos alunos, trabalho com o gênero, suporte, universo temático, imagens e dados da obra.
AS HISTÓRIAS DO MEU POVO 
Queridos amigos, meu nome é Renê Kithãulu e pertenço ao povo Waikutesu dos Nambikwara, que moram em sua maioria no Estado do Mato Grosso e uma pequena parte no Estado de Rondônia. Quero contar, neste livro, algumas histórias do meu povo para vocês, histórias que escrevo com todo o coração. É uma maneira de eu chegar até sua escola ou casa e começarmos uma amizade. Quem sabe um dia a gente se encontra na sua escola ou no sítio onde eu trabalho com as crianças. 
Quero também dizer obrigado por vocês lerem este livro. 
Sabe, existem livros que ensinam coisas verdadeiras sobre os povos indígenas, mas há também aqueles que não mostram as coisas como elas são. Por isso, vocês podem pensar que todos os índios do Brasil são iguais, falam a mesma língua e moram em ocas. No nosso país existem mais de 180 línguas indígenas. Meu povo, por exemplo, só fala a língua Nambikwara, e somos várias etnias diferentes. Quando vocês veem uma casa indígena, chamam sempre de “oca”. Mas essa é uma palavra Tupi. Os Nambikwara chamam de sxisu. E quem dança fazendo aquele “uh, uh, uh” com a mão na boca são nossos parentes índios da América do Norte. Como vocês veem, há muitas diferenças… 
No começo do século passado, meu povo vivia no posto indígena Camararé. As terras desse lugar eram boas para plantar mandioca, abacaxi, cará e batata-doce, mas ruins para o milho e o feijão. Para vocês terem uma ideia da lonjura desse local, ele ficava a setecentos quilômetros de Cuiabá, e a cidade mais próxima, chamada Vilhena, estava a mais de 130 quilômetros. Imaginem então o nosso sofrimento quando alguém ficava doente, sem transporte para ir ao médico ou ao hospital. 
Por isso, meu povo saiu de lá e foi para a aldeia Campos Novos. Ali dava para plantar banana, arroz, feijão e mandioca, e havia muita terra para trabalhar. Nós queríamos ficar por lá, mas meu pai achou que não dava, pois mais de quinhentos seringueiros e garimpeiros tinham invadido aquela nossa antiga área. 
E agora? O que poderíamos fazer? Então apareceu o Ari (Ariovaldo José dos Santos), funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). Um homem bom. Meu pai e ele conversaram, o Ari foi procurar ajuda em Cuiabá, e em 1971 recuperamos aquela terra. Depois voltamos ao Camararé, mas para uma região boa para o plantio, onde moramos até hoje. 
Fonte: KITHÃULU, Renê. IRAKISU, o menino criador. São Paulo: Editora Peirópolis, 2002. p.7-8.

DESENVOLVIMENTO

Orientações:
  • Apresente a ilustração da lenda que será trabalhada e questione os alunos:
  • O que estão vendo?
  • Quem são os personagens de acordo com a imagem?
  • Onde se passa essa história?
  • No centro da imagem há duas cabaças que os índios a chamam de walxusu. O que está acontecendo com elas? Que cores elas têm?
  • Observem que há um animal na ilustração. Que animal é esse?
Informe os alunos que se trata de uma história que fala sobre como surgiu a noite.
  • Divida a turma em grupos com no máximo cinco alunos.
  • Entregue para cada grupo um envelope com os trechos da história embaralhados.
  • Peça aos alunos para realizarem a leitura de todas as partes, analisarem e pensarem em como organizá-las para que a história tenha sentido. Logo depois, devem colocar na ordem que acharem correta, em cima de um papel sulfite, sem usarem a cola (para ser possível inverter, se necessário, durante a socialização). Durante esta atividade pode ser que os alunos necessitem de algumas intervenções. Àqueles que tiverem dificuldades, peça para que leiam novamente e tentem descobrir se há uma continuidade na história, se ela tem sentido para quem está lendo. Essa atividade é em grupo justamente para que haja troca de ideias e discussão para a resolução da atividade e, portanto, é importante formar grupos heterogêneos. É natural que alguns grupos troquem alguma parte da história por se tratar de uma atividade complexa, porém na próxima atividade farão a conferência junto da leitura da professora e tudo ficará esclarecido.
  • Caso disponha de um tempo maior do que 50 minutos, o professor pode propor uma Caça ao tesouro na escola na qual o tesouro são trechos da história que serão posteriormente organizados. Nesse caso, o professor deve imprimir a história, recortar os trechos e colocar em envelopes. Pode usar duas cores de envelope, e duas cópias do texto, fazendo dessa maneira dois times, cada qual busca os envelopes e os trechos correspondentes a cor de seu time. Os envelopes podem ser escondidos pelo pátio da escola ou em um lugar apropriado. Após informar o número de partes e a cor correspondente de cada grupo, eles devem iniciar as buscas. Cada grupo deve encontrar todos os envelopes de sua cor e então iniciar a leitura e organização do texto.
Materiais complementares:
DESENVOLVIMENTO:
Orientações:
  • Durante a leitura podem surgir dúvidas com relação às palavras indígenas. Por isso, durante a atividade você pode projetar esse slide ou escrever no quadro os significados de algumas palavras que podem ajudar na compreensão e organização do texto.
  • Ao fim da atividade, peça para que os grupos comentem brevemente as principais dificuldades na organização do texto.
  • Talvez não dê tempo dos grupos lerem como ficou a sequência de cada um deles, mas esclareça que todos vão poder confirmar suas hipóteses pois a seguir você lerá a versão original do texto.
DESENVOLVIMENTO:
Orientações:
  • Leia pausadamente a lenda para os alunos e diga que esse é o momento para conferirem a organização da história.
  • Após a leitura, peça aos alunos para conferirem se todas as partes estão nos devidos lugares e peça para que colem no papel sulfite.
  • Nesta atividade os alunos irão confirmar as antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura, checando a adequação das hipóteses realizadas.
Orientações:
  • No coletivo, projete o slide ou escreva no quadro as questões para que os alunos respondam. É muito importante dar voz para vários alunos, não centralizando apenas em alguns deles. Registre no quadro as respostas conforme fazem a reflexão.
  • A primeira questão parece simples, mas é muito importante para que os alunos identifiquem a ideia central do texto, demonstrando a compreensão global, é comum os alunos se apoiarem no título para responderem essa pergunta. Nas outras questões os alunos identificarão as informações explícitas no texto.
  • No final, é importante que o professor destaque para os alunos:
  • Que os índios contam suas histórias envolvendo o sentido de descoberta e também erros e acertos que enfrentamos na vida. Isso fica claro na história quando o pajé mais novo, Sanerakisu, erra ao trocar as cabaças de lugar e acaba por sentir culpa e tristeza.
  • Que os animais e a natureza costumam estar presentes nessas narrativas.
  • Que os índios costumam contar suas histórias envolvendo transformações, como no caso da transformação do pajé em pássaro, Outro exemplo: Na lenda da Vitória-Régia a índia se transforma numa flor; ou na Lenda do Guaraná, em que da plantação dos olhos de um indiozinho nasceu o guaraná.
4. Para finalizar a discussão questione os alunos se o dia voltou a ocupar a sua posição no final da história e se ela poderia ter uma continuação. Depois da discussão, diga aos alunos que a próxima história do livro fala sobre a origem do dia.
Sugestão: Caso disponha do livro, faça um suspense e leia em uma próxima aula “ALANTA WENJAUSU - A origem do dia”
DESENVOLVIMENTO:
Orientações:
  • Explique aos alunos que agora irão assistir a um vídeo de Daniel Munduruku, coordenador da coleção desse livro, que também é um índio escritor famoso. Antecipe que ele comenta sobre a sua cultura, sua experiência de contato com não índios e aprendizagens que teve com o seu avô.
  • Após assistirem ao vídeo, escute o que os alunos têm a dizer, é importante sensibilizá-los para que respeitem a cultura indígena, desconstruindo preconceitos e valorizando essa literatura.
  • Não deixe de discutir partes importantes do vídeo, como quando Daniel conta do preconceito que sofreu quando criança por ser índio, já que era visto como selvagem, atrasado, preguiçoso e que isso fez com que ele não quisesse mais ser índio. Retome que foi seu avô que fez com que ele resgatasse os valores de sua cultura, pedindo para que silenciasse sua mente para escutar o que a natureza dizia, pois com a “cabeça cheia de barulho” ele não estava mais conseguindo entender “palavras simples”. E não se esqueça de comentar sobre a parte em que o avô afirma a Daniel que ele não é um índio, mas sim um “ Munduruku”, um ser humano e cidadão Munduruku, com raízes muito fortes que o ligam ao seu povo.
FECHAMENTO:
Orientações:
  • Sistematize com os alunos o que aprenderam durante esta aula. Duas colunas podem ser preenchidas em uma tabela: de um lado as informações sobre a cultura indígena e do outro as características das narrativas indígenas. Caso esteja seguindo a sequência das aulas, os alunos podem lembrar também de algumas características das lendas trabalhadas da aula anterior.
  • A tabela permite visualizar como essas informações se relacionam. Por exemplo: na coluna sobre a cultura pode constar “descobrimos que cada povo indígena tem uma língua distinta” enquanto na coluna sobre os textos pode estar “as narrativas são bilíngues ou trazem palavras em outra língua”. Entretanto, nem sempre será possível fazer relações dessa maneira, então não se preocupe em encontrar uma correspondência para cada item da tabela.
  • As informações sobre a cultura indígena devem prover das discussões sobre a introdução do livro e sobre o vídeo. Já as informações sobre as narrativas indígenas devem vir das discussões do texto. Instigue os alunos a pensarem sobre o que aprenderam ao estudar sobre René Kithãulu e a lenda “A origem da noite” , escute as suas conclusões e se necessário os instigue com perguntas:
  • Todos os índios vivem no mesmo lugar? Onde essa história se passa?
  • Todos os índios falam a mesma língua? Aparecem palavras em outro idioma no texto?
  • Que personagens participam da história? Eles sofrem transformações ao longo da narrativa?
  • Qual a ideia central do texto? O que essa história explica?
  • De acordo com o vídeo, quem ensinou sobre os valores e sobre a cultura indígena para Daniel Munduruku? O que isso revela sobre essa cultura?
  • Registre no quadro as conclusões da turma. Vocês podem construir um cartaz para deixar exposto na sala ou você pode solicitar que os alunos escrevam as descobertas no caderno. Assim será possível resgatar essas informações mais adiante.

PLANO DE AULA ALINHADO À BNCC • POR: ANDRÉIA CRISTINA BERRETTA MARTINS



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