domingo, 19 de abril de 2020

LEITURA PARA PROFESSORES - SOBRE DIA DO ÍNDIO

Está na hora de mudar a forma como comemoramos o Dia do Índio

A representação do “índio genérico” não vale mais para representar todas as etnias presentes no país. Mas por que será que ainda persiste?

Quem é o índio brasileiro
Vamos aos números: há mais de 900 mil índios no Brasil. Divididos entre 305 etnias, eles falam ao menos 274 línguas, de acordo com o “Caderno Temático: Populações Indígenas”, estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no Censo de 2010. A pesquisa, divulgada em 2016, mostra que o Brasil é um dos países com maior diversidade sociocultural do planeta.

Onde está a população indígena
O mesmo estudo aponta que a região Norte abriga a maior parcela de índios brasileiros (37,4%), seguida pelo Nordeste (25,5%), Centro-Oeste (16%), Sudeste (12%) e Sul (9,2%). Os dados do IBGE mostravam que 57,7% dos índios brasileiros viviam em terras indígenas em 2010.

Lugar de fala do índio
Trabalhar a temática indígena em sala de aula não é simplesmente criar atividades lúdicas para que os alunos pintem a cara. Segundo a professora Flavia Costa, as escolas podem pesquisar as etnias mais próximas – começando por sua cidade ou estado. O professor pode usar textos e vídeos para tornar o aprendizado mais interessante. A partir de seu trabalho, ela também junta à pesquisa um convite para que representantes de comunidades indígenas possam vir até a escola para conversar com os alunos. “É muito mais legal quando os próprios indígenas falam sobre sua cultura e, em geral, eles estão muito abertos a esse diálogo com a escola”. Edson Silva atenta apenas para que haja uma boa preparação, para não cair na folclorização. “É importante ler textos de jornais, ver documentários para estabelecer uma conexão com o grupo indígena”.

Para ler com os alunos
Há pesquisas e livros que podem ajudar no encaminhamento das discussões. O escritor e professor Daniel Munduruku, um dos premiados com o Jabuti em 2017 na categoria literatura infanto-juvenil, tem várias obras em que discute a cultura indígena brasileira, entre elas "Contos Indígenas Brasileiros". "Kurumi Guaré no Coração da ?Amazônia", de Yaguarê Yamã, e "A Terra dos Mil Povos: História indígena do Brasil contada por um índio", de Kaka Werá Jecupé, também são leituras para os mais jovens. Há também artigos para leitura dos professores que podem ajudar na formação, com "Povos Indígenas e Ensino de História: Subsídios para Abordagem da Temática Indígena em Sala de Aula", de Edson Silva, e "Culturas em Transformação - Os índios e a civilização", de Clarice Cohn. 

Estudo do meio
Após o trabalho em sala de aula, o professor pode levar os alunos para uma visita a um museu a fim de apresentar mais evidências. Ou, se houver a possibilidade, uma visita a uma aldeia ou território indígena. Como professor de Educação Básica, Edson e seus colegas já levaram quase 200 alunos da 6ª série para visitar território Xukuru. “Vamos a uma escola indígena e passamos uma tarde lá para trocar experiências. Na volta, discutimos com as crianças o entendimento delas a partir da nossa leitura. Mas tudo muito bem preparado antes, exatamente para quebrar essa imagem folclórica”.

POR: Soraia Yoshida - 17 de Abril | 2018

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