terça-feira, 5 de maio de 2020

TELEAULA 05/05 - 5º ANO - CONTO POPULAR: AS TRÊS VELHAS


AS TRÊS VELHAS 



Uma viúva tinha uma filha muito bonita que agradava a toda a gente. A viúva queria casar a filha com homem rico e para isso fazia o possível para conseguir um genro de posses. Na esquina da rua onde moravam as duas tinha uma casa de comércio cujo dono era solteiro e cheio de dinheiro. A viúva fazia as compras nessa casa e vivia estudando um meio de conseguir fazer com que o homem conhecesse e simpatizasse com sua filha.

Um dia ouviu o rapaz dizer que só se casaria com uma moça trabalhadeira e que fiasse muito mais do que todas na cidade. A viúva comprou logo uma porção de linho, dizendo que era para a filha fiar, e que esta era a melhor fiandeira do mundo.

A viúva chegando a casa entregou o linho â moça, dizendo que teria de fiá-lo completamente até a manhã seguinte. A moça, que não sabia fiar, começou a chorar, e foi sentar-se no batente da cozinha, rezando, desconsolada da vida. Estava nesse ponto quando ouviu uma voz perguntar.

- Chorando por quê, minha filha?

Levantou os olhos e viu uma velhinha. Uma velha feia e corcunda.

- E não hei de chorar? Minha mãe quer que eu fie todo esse linho e o entregue todo pronto amanhã de manhã. . . Mas não sei fiar!

- Não se agonie, minha filha. Se você me convidar para seu casamento e prometer que três vezes me chamará tia, em voz alta, darei uma ajuda.

A moça prometeu. A velha despediu-se e foi embora, deixando o monte de linho fiado e pronto. Como mágica. A viúva, quando achou a tarefa pronta, só faltou morrer de satisfeita. Correu até a loja do negociante, mostrando as habilidades da filha e pediu uma porção ainda maior de linho. O negociante espantado pelo trabalho da moça não quis receber dinheiro pela compra.

Vendo que as coisas se encaminhavam como ela desejava, a viúva voltou a dar o linho pra a filha fiar até a manhã seguinte. Novamente a moça se agoniou muito e foi chorar na cozinha. Estava nesse ponto quando ouviu uma voz perguntar.

- Chorando por quê, minha filha?

Levantou os olhos e viu uma outra velhinha. Mais feia que a outra e com a boca torta.

- E não hei de chorar? Minha mãe quer que eu fie todo esse linho e o entregue todo pronto amanhã de manhã. . . Mas não sei fiar!

- Não se agonie, minha filha. Se você me convidar para seu casamento e prometer que três vezes me chamará tia, em voz alta, darei uma ajuda.

A moça prometeu e o linho ficou pronto num minuto. Como mágica.

A viúva voltou correndo à loja do homem rico, mostrando o linho fiado e gabando a filha. O negociante estava simpatizando muito com a moça que fiava tão depressa e tinha tamanhas qualidades. A viúva voltou com uma carga de linho enorme, entregando aquela penitência à sua filha.

Aconteceu como nas outras vezes. Apareceu uma velha que perguntou:

- Chorando por quê, minha filha?

A moça levantou os olhos e viu uma terceira velhinha. Mas essa era a mais feia das três. Tinha os dedos finos e compridos como patas de aranhas.

- E não hei de chorar? Minha mãe quer que eu fie todo esse linho e o entregue todo pronto amanhã de manhã. . . Mas não sei fiar!

- Não se agonie, minha filha. Se você me convidar para seu casamento e prometer que três vezes me chamará tia, em voz alta, darei uma ajuda.

A moça prometeu e o trabalho ficou pronto num piscar de olhos. Como mágica.

Quando o negociante viu o linho fiado, pediu para conhecer a moça, conversou com ela: e acabou falando em casamento. Como era muito bonito e educado, a moça aceitou e marcou-se o casamento. O homem mandou preparar sua casa com todos os arranjos decentes e encheu uma mesa de fusos, rocas, linhos, tudo para que a mulher se ocupasse em fiar.

Depois do casamento, na hora da festa, estavam todos reunidos e muito alegres, quando bateram palmas e entrou uma das três velhas. A noiva correu logo dizendo:

- Que alegria, minha tia! Entre, minha tia, sente-se aqui perto de mim, minha tia.

Assim que a velha sentou na cadeira, chegou a outra, recebida com a mesma satisfação:

- Entre minha tia! Sente-se aqui, minha tia! Vai jantar comigo, minha tia!

A terceira velha chegou também e a noiva abraçou-a logo:

- Dê cá um abraço, minha tia! Vamos sentar, minha tia! Quero apresentá-la ao meu marido, minha tia!

Foram para o jantar e o marido e convidados não tiravam os olhos de cima das três velhas que eram feias como o pecado mortal.

Depois do jantar, o marido não se conteve e perguntou por que a primeira era tão corcunda, a segunda com a boca torta e a terceira com os dedos tão finos e compridos. As velhinhas responderam:

- Eu fiquei corcunda de tanto fiar linho, curvada para rodar o fuso!

- Eu fiquei com a boca torta de tanto cortar os fios de linho quando fiava!

- Eu fiquei com os dedos assim de tanto puxar e remexer o linho quando fiava!

Ouvindo isso o marido mandou buscar os fusos, rocas, meadas, linhos, e tudo que servisse para fiar, e fez com que queimassem tudo, jurando a Deus que jamais sua mulher havia de ficar feia como as três tias fiandeiras por causa do encargo de fiar. Depois, as três velhas desapareceram para sempre e o casal viveu muito feliz.

 Fonte: http://augustopessoacontadordehistorias.blogspot.com/2009/08/conto-popular-as-tres-velhas.html




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